O que a Bíblia diz sobre animais de estimação e seu valor espiritual

Nossos Amigos Peludos e a Espiritualidade Católica: Uma Conexão Que Vai Além

Olá, queridas irmãs em Cristo! Que alegria ter você aqui no Front Católico. Hoje, quero abrir meu coração e conversar sobre um tema que toca profundamente muitas de nós: o que a Bíblia diz sobre animais de estimação. É uma pergunta que recebo bastante, seja em mensagens diretas ou em conversas com amigas, e que, confesso, já me pegou de surpresa algumas vezes.

Quem de nós nunca se derreteu por um olhar pidão de um cãozinho ou pelo ronronar suave de um gato? Esses seres tão especiais, muitas vezes, preenchem nossas casas e nossos corações com uma alegria e um amor que parecem transcender o ordinário.

Eu sei bem como é. Na minha própria casa, a presença dos meus bichinhos sempre trouxe uma leveza e um afeto únicos. Lembro de quando adotei minha gatinha, Mel. Ela chegou tão pequenina, assustada, e ver a sua transformação, a sua confiança crescendo dia após dia, me fez refletir profundamente sobre a bondade de Deus em toda a Sua criação.

E aí, a gente se pega pensando: será que esses seres inocentes, que tanto amamos, têm um lugar na teologia católica? A nossa fé, tão rica e profunda, tem algo a dizer sobre essa relação tão pura? Vamos juntas mergulhar nas Escrituras e nos ensinamentos da Igreja para desvendar essa questão que tanto nos intriga e nos toca a alma. Prepare o coração, porque a resposta, como quase tudo em nossa fé, é mais linda do que imaginamos!

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A Criação Divina e o Lugar dos Animais: Uma Perspectiva Bíblica

Gênesis: O Início de Tudo e a Mordomia Humana

Para entender o que a Bíblia diz sobre animais de estimação, precisamos voltar ao princípio de tudo, lá no livro de Gênesis. É fascinante observar como a Palavra de Deus nos mostra a criação de todas as coisas. Deus, em Sua infinita sabedoria e amor, criou os céus, a terra, o mar e tudo o que neles há.

E, em cada etapa, Ele viu que “era bom”. Os animais surgem nesse cenário como parte integrante e maravilhosa da obra divina. Não são meros coadjuvantes; são criaturas que receberam o sopro de vida do próprio Criador.

Lá em Gênesis 1:24-25, lemos: “Disse também Deus: Produza a terra seres vivos, conforme a sua espécie: animais domésticos, répteis e animais selvagens, conforme a sua espécie. E assim se fez. E Deus fez os animais selvagens, conforme a sua espécie, os animais domésticos, conforme a sua espécie, e todos os répteis da terra, conforme a sua espécie. E Deus viu que era bom.” Veja bem, tudo era bom! Isso já nos dá uma pista da dignidade que Deus atribuiu a cada um.

E depois de criar os animais, Deus criou o homem e a mulher à Sua imagem e semelhança. E o que Ele disse a nós? “Enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo ser vivo que rasteja sobre a terra” (Gênesis 1:28).

Essa palavra “dominar” muitas vezes é mal interpretada. Não se trata de tiranizar ou explorar, mas sim de cuidar, zelar, ser mordomo responsável. Lembro de quando comecei a estudar mais profundamente a Encíclica Laudato Si do Papa Francisco. Foi um divisor de águas para mim, sabe? Aprofundou minha compreensão sobre essa mordomia cristã, sobre o nosso papel como guardiões da Casa Comum. Não somos donos, mas sim zeladores da criação divina. É uma responsabilidade e tanto, mas também uma grande honra.

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A Aliança de Noé: Um Compromisso com Toda a Vida

Seguindo na narrativa bíblica, não podemos deixar de lado a história de Noé e o Dilúvio. Essa passagem é um marco para entendermos o que a Bíblia diz sobre animais de estimação e sobre a relação de Deus com toda a Sua criação. Quando a humanidade se corrompeu, Deus decidiu renovar a terra, mas não sem antes salvar a vida.

E quem Ele mandou Noé salvar? Apenas os humanos? Não! Ele instruiu Noé a levar para a arca pares de todos os tipos de animais. “De tudo o que vive, de toda a carne, farás entrar na arca dois de cada espécie, para os conservares vivos contigo; macho e fêmea serão” (Gênesis 6:19).

Isso mostra um amor e um cuidado de Deus que se estende para além da espécie humana. A vida animal era tão importante que precisava ser preservada para a continuidade da criação. E depois do dilúvio, o que acontece? Deus faz uma aliança.

E essa aliança não é só com Noé e seus descendentes, não! É uma aliança com “toda a criatura vivente que está convosco, de aves, de animais domésticos e de todos os animais da terra convosco; de todos os que saíram da arca, até todo o animal da terra” (Gênesis 9:10). Percebe a beleza e a amplitude desse compromisso divino? O arco-íris, sinal dessa aliança, é um lembrete constante de que Deus se importa com toda a vida.

Aqui no Front Católico, prezamos por uma fé sólida e abrangente, sem desvios doutrinários, e essa visão do amor de Deus por toda a criação é um pilar importantíssimo.

O Que a Bíblia Diz Sobre Animais de Estimação Diretamente? Olhando Mais Fundo

É verdade que a Bíblia não traz um manual específico sobre “como criar seu animal de estimação” ou uma seção intitulada “direitos dos animais”. Afinal, o contexto da época era bem diferente. A ideia de ter um animal exclusivamente para companhia, como conhecemos hoje, não era tão comum.

Contudo, isso não significa que a Palavra de Deus seja silente sobre o nosso comportamento em relação a eles. Pelo contrário! Ela nos oferece princípios claros e valiosos que norteiam nossa conduta e nos ajudam a entender o que a Bíblia diz sobre animais de estimação de uma forma profunda.

Mandamentos e Preceitos no Antigo Testamento

No Antigo Testamento, encontramos diversas passagens que, embora não falem diretamente de “pets” no sentido moderno, revelam uma preocupação divina com o bem-estar animal. Por exemplo, a Lei Mosaica continha preceitos que demonstravam um cuidado genuíno:

* Descanso para os animais: O mandamento do sábado não era apenas para os humanos, mas também para os animais. Em Êxodo 23:12, lemos: “Seis dias farás a tua obra, mas ao sétimo dia descansarás, para que descanse o teu boi e o teu jumento, e para que tome fôlego o filho da tua serva e o estrangeiro.” Isso é incrível, não é? Deus se preocupando até com o descanso do jumento!

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* Não amordaçar o boi: Deuteronômio 25:4 instrui: “Não amordaçarás o boi quando debulhar.” Um princípio de justiça e compaixão, garantindo que o animal que trabalha tenha o direito de se alimentar do fruto do seu trabalho.

* Ajuda a animais em apuros: Se você visse o animal do seu inimigo caindo sob o peso da carga, deveria ajudá-lo (Êxodo 23:5). Isso mostra que a compaixão pelos animais transcende até mesmo as inimizades humanas.

Mas talvez a passagem mais direta e tocante sobre a nossa responsabilidade pelos animais esteja em Provérbios 12:10: “O justo cuida da vida dos seus animais, mas as misericórdias dos ímpios são cruéis.” Essa frase, para mim, é um farol. Ela nos diz que o cuidado com a criação, inclusive com aqueles que vivem conosco, é uma característica da retidão, da justiça. Se sou uma mulher de fé, se busco viver na justiça de Cristo, o cuidado com os meus bichinhos é uma extensão natural dessa busca. É um termômetro do meu coração.

Jesus e os Animais: Lições de Amor e Cuidado

E Jesus? Ele falou diretamente sobre animais de estimação? Mais uma vez, não de forma explícita no sentido moderno. No entanto, o Evangelho está repleto de lições que nos mostram a profunda sensibilidade e o amor de Cristo pela criação. Jesus usava exemplos da natureza para ilustrar verdades profundas sobre o Reino de Deus.

Ele falou dos pardais que não caem sem o consentimento do Pai (Mateus 10:29), das ovelhas perdidas que o Bom Pastor busca incansavelmente (Lucas 15:4-7), e até dos lírios do campo, que são vestidos com mais glória do que Salomão (Mateus 6:28-29).

Embora Ele não tenha dito “amem seus cães e gatos”, a Sua mensagem é de um amor universal, de uma compaixão que se estende a tudo o que o Pai criou. Se Deus se importa com um pardal, quanto mais não se importa com a criatura que Ele mesmo nos confiou? A vida de Jesus é um testemunho de cuidado com os mais vulneráveis, e isso inclui, de certo modo, os animais. Ele, que encarnou a própria misericórdia divina, nos ensina pelo exemplo a tratar toda a criação com reverência e amor. Afinal, a misericórdia dos ímpios é cruel, mas a misericórdia dos justos, daqueles que seguem a Cristo, é compassiva e abrangente.

A Alma dos Animais: Uma Perspectiva Católica

Essa é uma pergunta que sempre surge quando falamos de animais: eles têm alma? E se têm, para onde vão depois que morrem? É uma questão delicada, que toca no nosso afeto e na nossa esperança. E o que a Bíblia diz sobre animais de estimação, ou melhor, o que a Igreja, à luz das Escrituras e da Tradição, nos ensina sobre a alma dos animais? Vamos aprofundar um pouco.

Diferença entre Alma Humana e Animal: A Doutrina da Igreja

A doutrina católica, baseada na revelação e na razão, faz uma distinção importante entre a alma humana e a alma dos animais. O Catecismo da Igreja Católica (CIC), em seu parágrafo 362, ensina que “o corpo do homem é animado por uma alma espiritual e imortal.” Essa alma humana é criada diretamente por Deus e é única para cada pessoa, conferindo-nos razão, livre-arbítrio e a capacidade de amar e conhecer a Deus. É ela que nos torna “imagem e semelhança” do Criador.

Os animais, sim, possuem alma, mas de uma natureza diferente. A teologia os descreve como possuindo uma “alma sensitiva” ou “anima vitae” (alma da vida), que é o princípio vital que os faz mover, sentir, reagir e existir. É o que lhes dá a capacidade de ter instintos, emoções básicas e consciência sensorial. Contudo, essa alma não é racional nem imortal no mesmo sentido que a alma humana. Conforme ensinado por Santo Tomás de Aquino, a alma do animal é material e morre com o corpo, diferente da nossa alma, que é espiritual e subsiste após a morte.

Isso não diminui o valor ou a dignidade dos animais; apenas reconhece a hierarquia da criação estabelecida por Deus, onde o homem é coroado como o ápice, feito para ter uma relação pessoal e eterna com Ele.

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Caso deseje aprofundar, leia o parágrafo 362 do Catecismo da Igreja Católica, que fala sobre a composição da alma humana, e também os parágrafos 363-368 para entender mais sobre a dignidade do homem na criação.

O Paraíso e Nossos Bichinhos: Uma Esperança Cheia de Fé

Ah, mas e a esperança de reencontrar nossos bichinhos amados no Céu? Essa é uma pergunta que me tocou profundamente quando perdi minha cachorrinha, Estrela. Chorei diante do Santíssimo, pedindo a Deus que me consolar, e claro, que Ele cuidasse dela. Naquele silêncio sagrado, entendi o que é confiar em Deus, mesmo quando a razão não alcança.

A Igreja, em sua sabedoria, não tem uma doutrina explícita sobre a presença de animais no Céu, principalmente pela distinção que já mencionamos sobre a alma. Contudo, a misericórdia de Deus é infinita, e a esperança cristã é vasta!

Papas recentes têm oferecido palavras de consolo e abertura. São João Paulo II, em uma de suas audiências gerais, falou sobre a salvação de todas as criaturas, ressaltando que o Céu está aberto para a criação de Deus. E o Papa Francisco, em um encontro com uma criança que perguntou sobre seu cachorro que havia morrido, disse que “o Paraíso está aberto a todas as criaturas de Deus”.

Embora essas falas não sejam dogmas, elas revelam uma sensibilidade pastoral e uma esperança que acolhe a bondade de Deus em toda a Sua criação.

A verdade é que o Céu será a plena realização de todas as nossas aspirações, um lugar de alegria e paz onde Deus enxugará toda lágrima. Se a presença de nossos bichinhos amados contribuir para a nossa felicidade plena e glorificação de Deus, quem somos nós para limitar a onipotência e a bondade divina? Eu, particularmente, guardo a esperança. E você? Já viveu algo assim? Compartilhe. Podemos rezar juntos e confiar na infinita bondade do Pai.

Santos e Animais: Exemplos de Reverência pela Criação

A história da Igreja Católica é riquíssima em exemplos de santos que demonstraram um amor e uma conexão profundos com a criação de Deus, incluindo os animais. Suas vidas nos mostram, de forma prática, o que a Bíblia diz sobre animais de estimação e o que a fé nos convida a viver: uma relação de respeito, cuidado e admiração pela obra do Criador.

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São Francisco de Assis: O Amigo Universal da Criação

Quando falamos de santos e animais, o primeiro nome que nos vem à mente, claro, é São Francisco de Assis. Ah, o Poverello! Ele é o patrono dos animais e da ecologia, e sua vida é um verdadeiro hino à criação. Francisco via em cada criatura, desde o menor inseto até o lobo feroz, um reflexo da bondade e da glória de Deus. Para ele, todos os seres eram “irmãos e irmãs”, parte da grande família divina.

Lembro de um retiro que participei, em Assis, na Itália. Caminhar por aqueles lugares, sentir a brisa, a história pulsando em cada pedra, me fez sentir essa conexão de uma forma muito visceral. Imagine São Francisco pregando aos pássaros, convidando-os a louvar a Deus por suas penas e sua liberdade! Ou sua famosa história com o lobo de Gubbio, que, por sua mansidão e pregação, conseguiu amansar a fera. Essas narrativas não são apenas contos; são testemunhos de uma vida que viveu o Evangelho em sua plenitude, reconhecendo a sacralidade de toda a vida.

A influência de São Francisco é tão grande que até hoje inspira documentos importantes da Igreja, como a já citada Encíclica Laudato Si do Papa Francisco, que nos chama a um cuidado integral com a Casa Comum. A ecologia integral, um dos pilares da Laudato Si, é um convite a ver a conexão entre o cuidado com a natureza, a justiça social e a nossa própria fé. É a materialização do que a Bíblia nos ensina sobre mordomia e amor à criação.

Outros Santos e Sua Relação com a Criação

São Francisco não é um caso isolado. Muitos outros santos, ao longo da história, demonstraram um carinho especial pelos animais, reforçando a ideia de que o respeito à criação é parte integrante da santidade.

* Santo Antão Abade: Conhecido como o Pai do Monasticismo, vivia no deserto e tinha uma relação de harmonia com os animais selvagens, que muitas vezes o acompanhavam e o serviam.

* São Roque: Patrono dos enfermos e, por extensão, também invocado pelos animais, especialmente cães. A tradição conta que, durante uma praga, foi curado e alimentado por um cão.

* Santa Gertrudes de Helfta: Mística medieval que frequentemente descrevia visões com a presença de animais, usando-os como símbolos da bondade de Deus.

Esses exemplos nos mostram que a santidade não nos afasta da criação, mas nos aproxima dela, fazendo-nos ver em cada ser vivo a mão amorosa do Criador. É a importância de ver Deus em toda a Sua criação, reconhecendo que somos todos parte de um grande plano divino.

Nossa Responsabilidade Cristã pelos Animais de Estimação

Depois de tanto refletir sobre o que a Bíblia diz sobre animais de estimação e os exemplos dos santos, fica claro que nossa relação com eles não é algo trivial. Pelo contrário, é uma parte importante da nossa vivência da fé e da nossa responsabilidade como cristãs católicas. Não é apenas sobre ter um “pet”; é sobre a forma como exercemos a mordomia que Deus nos confiou.

Mordomia e o Amor ao Próximo (e aos Bichinhos)

A Igreja nos ensina há séculos que o respeito à integridade da criação é um dever fundamental. O Catecismo da Igreja Católica, no parágrafo 2418, afirma: “Os animais, como as plantas e os seres inanimados, são por natureza destinados ao bem comum da humanidade, passada, presente e futura. O uso dos recursos da terra exige respeito pelas leis morais.” E continua, no parágrafo 2417: “Deus confiou os animais ao governo do homem, que é um mordomo.”

Ser mordomo significa cuidar, proteger, prover. Para os nossos animais de estimação, isso se traduz em ações muito concretas:

* Alimentação adequada: Garantir que eles tenham comida e água fresca em abundância.
* Abrigo e segurança: Proporcionar um lar seguro, protegido das intempies e perigos.
* Cuidados veterinários: Levar ao veterinário, vacinar, cuidar de sua saúde.
* Carinho e atenção: Dar amor, brincar, dedicar tempo. Eles anseiam por nossa companhia.
* Não maltratar: Jamais agredir, abandonar ou submeter a qualquer forma de crueldade.

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Recebi uma mensagem de uma leitora, semanas atrás, que me tocou muito. Ela contava como, após perder seu marido, a presença constante e carinhosa de sua cachorrinha foi um consolo imenso, uma verdadeira expressão da bondade de Deus em sua vida, um amor incondicional que a ajudou a passar pelo luto. Essa história me fez pensar que esses seres, que nos amam tão pura e simplesmente, são um reflexo do amor de Deus, ensinando-nos sobre lealdade, perdão e a beleza de uma vida simples e presente.

Animais de Estimação na Família Católica: Uma Bênção a Ser Cuidada

Em muitas famílias católicas, os animais de estimação são considerados membros de fato. Eles trazem alegria, ensinam paciência e responsabilidade às crianças, e são uma fonte de conforto para os idosos ou para quem vive sozinho. É uma bênção! No entanto, essa bênção vem com uma responsabilidade ética e moral.

É fundamental considerar o bem-estar do animal antes de tê-lo. Um animal não é um brinquedo descartável, e sim uma vida que Deus nos confiou. Perguntas como “Tenho tempo para cuidar?”, “Tenho condições financeiras?”, “Minha casa é adequada?” são essenciais. Optar pela adoção responsável, por exemplo, é um ato de caridade, dando um lar a um animal que precisa.

E, claro, a educação dos nossos filhos sobre o respeito aos animais é crucial. Ensinar as crianças a tratar os bichinhos com carinho, a não puxar o rabo, a não incomodar enquanto comem ou dormem, é plantar neles sementes de compaixão e reverência pela vida, valores tão caros à nossa fé católica.

Desafios e Reflexões: O Lado Sombrio do Cuidado Animal

Infelizmente, nem tudo é luz e alegria quando falamos da relação entre humanos e animais. É preciso olhar também para os desafios e as feridas, pois a fé nos chama a confrontar o mal e a buscar a justiça em todas as suas formas. Ao refletir sobre o que a Bíblia diz sobre animais de estimação, é impossível ignorar o contraste entre o cuidado divino e a crueldade humana.

Abandono e Maus-Tratos: Uma Chaga que Dói o Coração Católico

O abandono de animais é uma chaga social que dói profundamente o coração de qualquer cristã. Como podemos falar de amor e misericórdia e, ao mesmo tempo, ignorar o sofrimento de seres indefesos que um dia foram acolhidos e depois descartados como lixo? Isso é uma contradição gritante com os ensinamentos de Cristo. O Catecismo é bem claro sobre isso, no parágrafo 2418: “É contrário à dignidade humana fazer sofrer inutilmente os animais e dispor indiscriminadamente da sua vida.”

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Maus-tratos, abandono, violência contra animais – tudo isso é um pecado contra a criação e, consequentemente, contra o Criador. É uma falha grave na nossa mordomia. Na minha própria caminhada com Cristo, aprendi que a indiferença nunca é uma opção. Se Deus se importa com cada pardal, como podemos nós nos omitir diante do sofrimento de um cãozinho abandonado na rua? É um chamado à ação, à denúncia, à caridade.

Comércio Irresponsável e Extinção: A Ferida na Criação

Além do abandono, precisamos refletir sobre o comércio irresponsável de animais e, em uma escala maior, sobre a extinção de espécies. A ganância e a exploração desenfreada muitas vezes transformam seres vivos em meras mercadorias, sem o devido respeito à sua dignidade. Isso é uma deturpação da ordem da criação.

A perda de biodiversidade, a destruição de habitats naturais, a exploração de animais em cativeiro para fins de lucro – todos esses são problemas que a Encíclica Laudato Si denuncia com veemência. O Papa Francisco nos lembra que “não podemos nos alegrar diante da extinção das espécies e da destruição dos ecossistemas.” (LS 32). A fé nos convida a ser vozes em defesa da criação, a promover práticas sustentáveis e éticas que garantam o bem-estar de todos os seres vivos e a saúde do nosso planeta. É uma conexão profunda entre o cuidado com a criação e a nossa fé, entre a espiritualidade e a ecologia.

Tabela: Citações Relevantes sobre Animais e a Fé

Para facilitar a sua consulta e aprofundamento, compilei algumas passagens e ensinamentos que complementam nossa reflexão sobre o que a Bíblia diz sobre animais de estimação e o lugar dos animais na fé católica.

FonteCitação / EnsinamentoRelevância
Gênesis 1:28“Enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo ser vivo que rasteja sobre a terra.”Estabelece a mordomia humana sobre a criação, não tirania.
Gênesis 9:10“Com toda a criatura vivente que está convosco, de aves, de animais domésticos e de todos os animais da terra convosco.”A aliança de Deus se estende a toda a criação, não apenas ao homem.
Provérbios 12:10“O justo cuida da vida dos seus animais, mas as misericórdias dos ímpios são cruéis.”Afirma que o cuidado com os animais é uma característica da pessoa justa.
Êxodo 23:5“Se vires o jumento daquele que te odeia deitado debaixo da sua carga, deixarás de ajudá-lo? Certamente o ajudarás a tirá-lo de lá.”Princípio de compaixão e auxílio, mesmo a animais de inimigos.
Mateus 10:29“Não se vendem dois pardais por uma moeda? E nenhum deles cairá em terra sem o consentimento de vosso Pai.”Mostra o cuidado providencial de Deus até pelos menores seres.
Catecismo da Igreja Católica, 2417-2418“Os animais são criaturas de Deus. Ele os cerca de sua solicitude providencial. […] É contrário à dignidade humana fazer sofrer inutilmente os animais e dispor indiscriminadamente da sua vida.”Reafirma a dignidade dos animais e condena a crueldade.
São Francisco de AssisVia todos os seres como “irmãos e irmãs”, parte da mesma criação de Deus.Exemplo máximo de amor e respeito pela totalidade da criação.
Papa Francisco, Laudato Si, 33“Nenhuma criatura é supérflua, e o universo inteiro, até as suas realidades mais tênues, é uma manifestação da ternura de Deus.”Enfatiza o valor intrínseco de cada criatura na ecologia integral.

Minha Conclusão: Um Chamado ao Amor Universal

Queridas leitoras, chegamos ao fim de uma conversa que, espero, tenha sido tão enriquecedora para você quanto foi para mim ao escrevê-la. Refletir sobre o que a Bíblia diz sobre animais de estimação é muito mais do que discutir a posse de um bichinho; é aprofundar nossa compreensão sobre a vastidão do amor de Deus, sobre nossa responsabilidade como cristãs e sobre a beleza intrínseca de toda a criação.

Fica claro que a nossa fé católica nos convida a um cuidado amoroso e responsável com todos os seres vivos, incluindo aqueles que Deus nos confia para serem nossos companheiros. Eles nos ensinam sobre amor incondicional, sobre a alegria do simples e sobre a beleza de um olhar que não julga. São, de certa forma, pequenos reflexos da bondade divina em nosso dia a dia.

Como uma mulher que já escreve sobre catolicismo há muitos anos, eu sempre procuro trazer reflexões que nos aproximem de Cristo e do Seu plano de amor. E o cuidado com a criação, com nossos irmãos menores, é parte inseparável desse plano. Que possamos, então, viver essa mordomia com alegria e seriedade, honrando a Deus em cada gesto de carinho e respeito pelos nossos animais.

E você? O que a Bíblia diz sobre animais de estimação para você? Já sentiu esse chamado em sua vida? Qual a sua experiência com seus bichinhos? Deixe seu testemunho nos comentários. Ele pode tocar outros corações e nos unir ainda mais nessa linda caminhada de fé. Que Deus abençoe você e toda a Sua criação! Até a próxima!

Clara Martins
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